sexta-feira, novembro 19, 2004

Sexta-feira

Dia muito complicado
Para uns nunca mais terminado
Outros não o querem acabado

Hoje é escusado
Estou baralhado
Nem uma palavra de agrado

Não quero ser mimado
Nem sequer acarinhado
Bastava ser notado

De manhã não fui reparado
Há tarde fui falado
Pela noite serei sonhado

Sábado será passado
Domingo pouco animado
Segunda de novo esperançado

O ciúme é tramado
Para quem ficou apaixonado
Sente-se irritado

Por um encontro marcado
Com beijo partilhado
Pelo sorriso dado

Umbigo marado
Estás arreliado
Mas é escusado

Ficas angustiado
Com um nó atravessado
Por te teres encantado

Nunca ficará terminado
Porque nunca terá começado
Coisas de sonho acordado

quinta-feira, novembro 18, 2004

Dia triste...

O dia amanheceu.
Com uma lágrima no rosto.
Pela cara correu.

Uma sementinha que por ali passava.
Logo, logo com ela se embrulhou.
Por ali ficou, com o sol lá no alto.
Agarrou-se à vida e cresceu.
Na mais bela flor se transformou.

Lutou e luta por um passado.
Que não foi nem será.
Devia olhar para trás com a ternura que não teve.
As marcas estão lá.

Flor que já deu frutos
Faz pelos seus frutos mais do que é humano.
Tem o medo natural.
Estão a ficar maduros.
Tiveram o carinho que ela não teve.

Flor que sente e vibra.
Tem o espírito do malmequer.
A meiguice de uma tulipa.
A beleza de uma rosa.

Mas florinha o passado passou.
A tristeza nunca venceu.
O teu futuro está contigo, mesmo ai.
Sempre te irá acarinhar.
São eles os frutos que criaste.

quarta-feira, novembro 17, 2004

Hoje não...

Não vai dar para te escrever...
Não vai dar para te lêr...
Não vai dar para te vêr...
...
Só deu para te ouvir...
Só deu para te sentir...
...
Dá para te mandar um xicoração...
Dá para te sonhar...
Dá para te beijar onde...

terça-feira, novembro 16, 2004

Ao ler isto…

“…as saudades que eu tenho dos meus amigos do D. Pedro V…”
Foi aqui que me apaixonei e namorei pela última vez, antes da … tu sabes.
Foi aqui que perdi o meu ultimo ano lectivo.
Aqui ficou também um pouco do meu coração… (Teresa, o que é feito de ti?)
Aqueles bancos de tábuas junto à parede lá atrás, muito teriam para…
Aquelas tardes passadas no “Archote”, era a única discoteca aberta durante a tarde…
As fugas que fazíamos de minha casa…
É engraçado, não me consigo lembrar de ninguém da minha turma.

Verdade que só para lá fui para poder estar perto de ti.
Já sabia que vinte e seis anos depois te encontraria.
Naquele tempo tu eras uma menina muito “aplicada” e eu um grande “baldas”.
Efeitos de estudar à noite, (já percebeste porque nunca nos encontramos).
Diga-se de passagem que eras uma menina muito bonita.
Mas eu nos meus dezoito anos, não reparava em meninas de catorze, ou reparava???
Já sei porque não reparava tu nessa altura ainda não estudavas lá.
As memórias que me trazes…, fiquei nostálgico…
Não gosto de olhar para trás…(por alguma razão Ele nos pôs os olhos à frente).
Não gosto de estar assim, o que foi bom ou mau já passou e não volta a acontecer.
Que saudades da irresponsabilidade dessa idade.
Que saudades de ti…
Beijo onde…

Coisas...

Não sei o que escrever...
Apetece-me, zangar contigo...
Não sou capaz...
Mas numa coisa já reparei...
Quando andas triste comigo escreves-me mais...
Eu sei que para isso escreves menos noutros lugares...
Não é o que quero...
Já não sei o que quero...
Quero que gostes de mim...
Quero gostar de ti mais...
Queria que estivesses bem...
Sinto-me mal, por não te poder pôr bem...
Gostava que gostasses de mim sem as outras coisas, sabes?...
Beijos onde...

domingo, novembro 14, 2004

SONHO-TE


Puseste-te de joelhos, deste-me a mão com a outra fizeste-me uma carícia.
Levantaste-te ao mesmo tempo que me puxavas.
Quando fiquei de pé, deste uma gargalhada, (era tão bom ver-te rir de novo).
Que foi? Disse meio desconfiado
Pareces um croquete com palito e tudo.
Ri-me, afinal estás de volta, já ris e brincas.
Corres-te para a água ao mesmo tempo que gritavas
Sou feliz
Fui atrás de ti.
Já tinhas mergulhado, quando lá cheguei.
Voltas-te a mergulhar e apareceste como se quisesses subir por mim acima.
Agarraste-me nas pernas e tombaste-me para trás, senti o teu corpo contra o meu sexo.
Estava louco por te sentir, queria-te.
Abraçaste-me, deste-me um beijo no pescoço.
A tua língua percorreu-me a face até à boca.
Sabias a sal…
Afastas-te de repente, com um ar sério.
Só ouvi, …não posso…
Porque pensei eu, o que é que está mal.
Como se me tivesses lido o pensamento respondeste.
Tenho de ter cuidado com a tensão…
Estás demasiado salgado e isso faz-me mal…
Começaste a rir ao mesmo tempo que me beijavas e apertavas contra ti.
Só nessa altura percebi que era um coelhinho nas tuas mãos.
E tu a caçadora que o iria apanhar.